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Jan 26, 2015   |   Blog Post

Chuvas intensas no centro e norte de Moçambique e o seu impacto no acondicionamento de vacinas, o caso da província de Niassa

flooding in Mozambique, river bridge
The Licungo River in the Mocuba district rose to 12 m – 6 meters higher than what is needed to trigger a maximum alert.

By Aida Coelho

National Program Officer

ENGLISH VERSION

O clima em Moçambique é caracterizado por ser húmido e tropical, estando na lista dos países do mundo mais vulneráveis a catástrofes naturais, segundo as Nações Unidas. A época chuvosa 2013-2014 foi caracterizada pela ocorrência de chuvas extremas em particular na região sul do país nomeadamante, a província de Gaza, que resultaram em inundações e destruição de infra-estrutura. Centenas de moçambicanos morreram e outros milhares tiveram de abandonar as suas casas. Na presente época chuvosa, 2014-2015, as chuvas caem com alguma regularidade em todo o país, no entanto, diferente cenário vive-se nas zonas centro e norte tendo obrigado o Conselho de Ministros de Moçambique a decretar “alerta vermelho institucional” logo nos primeiros dias de 2015. Infra-estruturas destruídas, familias desalojas e dezenas de mortes foram o destaque da imprensa Moçambicana e não só, logo no inicio do ano novo.

As chuvas intensas resultaram num apagão desde o dia 12 de Janeiro de 2015 em toda a região norte do país (Niassa, Cabo Delgado e Nampula) e uma parte da provincia central da Zambézia. A falta de corrente elétrica deu-se devido ao desabamento de algumas torres que transportam a corrente eléctrica da rede nacional. Esta situação comprometeu a cadeia de frio nas unidades sanitárias que utilizam geleiras eléctricas para a conservação de vacinas. A província de Niassa é o nosso foco neste blog.Flooding-image-2

Para perceber no terreno qual o impacto deste apagão no programa Alargado de Vacinação, uma equipa da VillageReach visitou os distritos de Lago e Sanga, na provivíncia de Niassa. Constatamos que as unidades sanitárias que usam o sistema de rede eléctrica nacional haviam retirado as vacinas para Unidades Sanitárias com geleira de sistema solar. Contundo, a conservação das vacinas ainda constitui uma preocupação para as autoridades sanitárias locais, uma vez que as actividades de vacinação não estão a decorrer nos habituais postos fixos por falta de recursos para o manuseamento das vacinas dos locais onde estão a ser conservados.

As autoridades Sanitárias locais agiram com rapidez uma vez que as geleiras já marcavam temperaturas altas, muito acima do padrão recomendado pelas normas de conservação de vacinas (+2ºC a 8ºC).

A freezer without vaccines. The vaccines from this cooler were transferred from a health center in Metangula to a health center in Mululuca

Geleira sem Vacinas. Vacinas transferidas do CS de Metangula para CS de Meluluca

Constrangimentos foram constatados nomeadamente, nenhum dos dois distritos tinha definido estratégias para vacinação, nove (9) Postos fixos de vacinação  usando o caixa isotérmica de 7 dias. O congestionamento de vacinas nas unidades sanitárias com geleiras solares, visto estarem a receber vacinas de diferentes unidades, por exemplo, no distrito de Lago, três centros de saúde, incluíndo o centro de saúde sede e as vacinas do depósito distrital, tiveram de ser transferidas para o CS de Miluluca (com geleira RCW 50) que dista a cerca de 40Km de cada um dos três centros de saúde. Colmans com acumuladores estão a ser usados nos centros de saúde com falta de corrente eléctrica, reabastecidos, em média, em cada 7 dias. A sobrelotação das geleiras “receptoras”, como o CS de Meluluco, é uma realidade preocupante no que diz respeito as normas de conservação de vacinas. A estes constrangimentos, adiciona-se a falta de combustível para abastecer viatura/morizadas que devem efectuar o transporte das vacinas dos locais onde estão conservados para os postos fixos paralisados.

Futuras Implicações

    • Elevada percentagem de crianças não vacinadas durante o périodo do apagão;
    • Maior demanda nos postos fixos após o restabelecimento da corrente eléctrica;
    • Fádiga dos técnicos de saúde devido o enchente que irá se verificar nos postos fixos ;
    • Fraca qualidade dos serviços e de dados.

Necessidade de reflexão!!!

Em quase todos os anos, Moçambique é fustigado por cheias e tempestades fortes que destroem infra-estruturas, a falta de corrente elétrica nas unidades sanitárias repete-se a cada ano quando estes fenómenos ocorrem. A compra de geleiras somente elétricas para o país, como está a acontecer neste momento com os fundos do HSS, é um assunto para melhor reflexão.

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